Sumário
Madagascar, um dos países mais pobres do mundo, depende fortemente da pesca em pequena escala para segurança alimentar e renda. Muitas de suas pescarias passaram de subsistência para orientadas para o mercado nas últimas décadas, impulsionadas pelo surgimento de novos mercados de exportação. Neste capítulo, consideramos as Diretrizes Voluntárias para Garantir a Pesca Sustentável em Pequena Escala no Contexto da Segurança Alimentar e Erradicação da Pobreza ('Diretrizes SSF') à luz das experiências de duas pescarias de pequena escala em Madagascar: polvo (Octopus cyanea) e caranguejo da lama (Scylla serrata). Nosso foco está em artigos relacionados a cadeias de valor, pós-colheita e comércio. A natureza dispersa dessas pescarias significa que os pescadores dependem de coletores do setor privado para ter acesso aos mercados. Os atores pós-colheita detêm um poder de negociação desproporcional, com os benefícios das iniciativas de gestão acumulando-se principalmente nos atores de alto escalão na cadeia de valor, e não nos pescadores que as implementam. Para lidar com esses desequilíbrios e aumentar a contribuição dessas pescarias para a redução da pobreza e a segurança alimentar, é fundamental capacitar os pescadores e melhorar sua representação nos processos de gestão. As deficiências de dados também devem ser abordadas, para aumentar a transparência e fornecer uma base de evidências para a tomada de decisões.
Palavras-chave
Gestão de recursos naturais com base na comunidade • Área Marinha Gerenciada Localmente (LMMA) • Abordagens baseadas no mercado • Caranguejo da lama • Polvo