Os projectos de conservação bem sucedidos que restringem ou alteram o acesso aos recursos comuns requerem uma participação comunitária significativa, não só através de consultas, mas também capacitando as comunidades para assumirem um papel de liderança desde as fases iniciais da sua concepção. Neste estudo, a participação comunitária foi avaliada no projeto de carbono azul de mangue liderado pela comunidade Tahiry Honko, no sudoeste de Madagascar, usando a ferramenta Espectro de Participação Pública desenvolvida pela Associação Internacional para Participação Pública. As tendências de participação comunitária nas reuniões das aldeias foram avaliadas utilizando os registos das reuniões de 2014 a 2019. O desempenho nas actividades do projecto foi avaliado com base nos indicadores de sucesso. Aprendeu-se que: (i) o agendamento cuidadoso das reuniões é crucial para evitar a fadiga da comunidade; (ii) os votos democráticos anónimos são uma abordagem eficaz e inclusiva para abordar a dominação numa actividade de grupo e obter consentimento informado; (iii) criar um espaço confortável para as mulheres é vital para promover a sua participação na tomada de decisões; (iv) a abordagem voluntária com compensação de refeições é eficaz para envolver todos os grupos comunitários na replantação de mangais; (v) o processo competitivo é crucial para recrutar voluntários motivados para patrulhas florestais de mangais; e (vi) a divulgação dos resultados da patrulha é útil no desenvolvimento de uma estratégia adaptativa na ausência de uma aplicação eficaz das regras.