Dobrar a curva da perda de biodiversidade exigirá mais financiamento para a conservação e uma alocação mais sábia de recursos. A experiência dos profissionais locais de conservação será vital nos processos de tomada de decisão relacionados ao financiamento. No entanto, a integração de suas percepções nas prioridades e estratégias dos financiadores costuma ser insuficiente, principalmente em países onde o financiamento internacional compreende a maior parte do apoio à conservação. De modo mais geral, o papel do financiamento permanece subanalisado na conservação e as oportunidades para o diálogo financiador-praticante em um nível estratégico amplo são limitadas. Procuramos abordar essas lacunas críticas apresentando os resultados de um workshop participativo de conservacionistas em Madagascar, um dos hotspots mundiais de biodiversidade. Surgiram cinco grandes áreas de necessidade, e esses desafios precisam ser enfrentados se quisermos ver soluções de longo prazo para a crise da biodiversidade: (1) fortalecer a implementação de leis e políticas; (2) garantir a sustentabilidade do financiamento; (3) melhorar a coerência e coordenação dentro e fora do setor de conservação; (4) apoiar o auto-fortalecimento das comunidades locais; e (5) investir no desenvolvimento de capacidade. Este artigo elabora essas áreas temáticas e suas implicações para doadores internacionais em Madagascar e além. Nossa abordagem demonstra uma maneira de ampliar as vozes dos praticantes do país de forma colaborativa e destaca a necessidade de sua inclusão em todos os estágios do desenvolvimento do programa de conservação, para que as prioridades de financiamento reflitam melhor as necessidades e aspirações locais, ao mesmo tempo em que aumentam as perspectivas de resultados duradouros de conservação.