A Mongabay relata os resultados da Conferência do Oceano da ONU em Lisboa no final de junho de 2022:
“Em eventos paralelos que ocorreram durante a UNOC, coalizões de pescadores de pequena escala e povos indígenas expressaram suas preocupações de que seus grupos estavam sendo excluídos de importantes discussões e negociações.
“Eles não têm nenhum acesso, nem mesmo acesso de idioma às sessões plenárias”, Vivienne Solís Rivera, um representante da organização de direitos humanos e conservação da Costa Rica CoopeSoliDar, disse à Mongabay em Lisboa. “Então, como vamos ter um diálogo se você nem se comunica com o outro lado? Acho que há uma grande responsabilidade para… os líderes serem capazes de abrir um diálogo verdadeiro e transparente com as comunidades que possuem os recursos que queremos conservar”.
Felicito Nuñez, do povo indígena Garifuna em Honduras, disse que os povos indígenas são os que têm o conhecimento sobre como conservar os recursos naturais, mas ninguém os consulta sobre a gestão dos lugares naturais que seu povo habita há anos.
Os esforços de conservação “não funcionarão sem as pessoas que sabem”, disse Nuñez à Mongabay. “O ensino acadêmico você consegue em qualquer lugar, mas a conexão com a natureza, você encontra com um povo nativo.
“Eles não podem tomar decisões por nós”, acrescentou. “Eles deveriam vir sentar-se conosco… somos nós que moramos perto do oceano, então acho que eles precisam vir até nós antes que qualquer decisão seja tomada.”